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versos plásticos

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versos plásticos

Paulo Klein

Agosto de 1998

"Pintura é algo que deve destruir-se, para reinventar-se."

Jean Fautrie

Há um tempo certo para a crisálida metamorfosear-se em borboleta. Igualmente o sábio trilha o caminho pedregoso, naturalmente, dando ao tempo a medida necessária para que venha o Sartori.

A pintura de Silvia Mecozzi nasceu numa harmoniosa transformação desenvolvida através do tempo, de sua vida, dos caminhos, dos saberes aprendidos e apreendidos a cada dia. Sua experiência com a gravura funcionou como uma mola que projeta o boneco da caixa de surpresas. Lançou-a estática frente às telas, páginas que comporão seu livro de arte e vida.

Nesta sua primeira individual realiza uma fusão de signos e inscrições, evocando as cavernas de Lascaux através de grafites da São Paulo contemporânea. Seu nível de artesania é competente diversificado e inclui materiais diversos, óleo, acrílica, carvão, ferrugem, entretelas, raspagem, vedação. As cores podem parecer meras figurantes mas na verdade sustentam texturas, aparência de pele do tempo polvilhada aqui e ali de signos precisos ou fragmentos de informações perdidas. O tempo da pintura é um tempo fechado em si mesmo, que consolida seus protagonistas ao sabor de anos de trabalho dedicado. Seus quadros são como canções pintadas para as coisas e os seres do mundo, e não apenas para estas coisas e seres.

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